O livro é simplesmente maravilhoso. No começo do livro intercala-se capítulos com o passado e presente, muito bem amarrados. Uma história de descobertas, lembranças, justiça, perdas, sobrevivência e muita dor. Aqui conhecemos a saga de Sarah, uma vítima e ao mesmo tempo sobrevivente de um episódio acontecido há 65 anos em Paris, em que judeus foram confinados no Véldrome d`Hiver ( Velódromo de Inverno) pela polícia francesa na época do holocausto e depois enviados aos campos de concentração de Auschwitz.
Holocausto esse que não deve ser esquecido jamais. Diz uma frase em hebraico: Zakhor, Al Tichkah. Lembre-se. Nunca esqueça. Que ela sirva de recado para aqueles que acham que o holocausto não existiu. Existiu sim. Para aqueles que acham que existem outros holocaustos não falados na história. Que já se falou muito no holocausto sofrido pelos judeus, e que não se deve alimentar mais isso.
O que mais me choca é que depois de ter lançado um concurso literário na minha comunidade no Orkut, a Viciados em Livros, fui obrigado a ler um comentário de um membro da comunidade que disse: " Mataram pouco mais de 12.000.000 de NEGROS africanos só na época em que a escravidão durou no velho mundo e no novo mundo tb. E ISSO NÃO É NOTÍCIA. Agora, os famosos e supostos 6.000.000 de judeus, esses sim...a mídia sionista faz questão de enfatizar e propagar como se esse povo fosse mais importante que qualquer outro na face da Terra.".
Então para essas pessoas que (ainda) pensam assim em pleno século 21, esse livro pode talvez, amolecer um pouco essa idéia errada que certas pessoas tem sobre um momento da história da humanidade que é inesquecível e que deve ser lembrado sim. E se ainda assim ainda acharem que nada passou de uma fantasia, talvez o caso seja melhor dar como perdido. Cada livro que conta um pouco dessa terrível passagem, é uma forma de dizer ao mundo o que aconteceu, o que é inegável, o que não é para ser esquecido.
Tanto é verdade que em novembro de 2005, a Assembléia Geral das Nações Unidas através de uma Resolução instituiu o dia 27 de janeiro como o “Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto”. Esta data é uma homenagem simbólica aos seis milhões de judeus e às outras tantas vítimas do extermínio nazista. A resolução foi co-patrocinada por outros 104 países e aprovada por consenso (sem necessidade de votação), incluindo o Brasil. O texto rejeita qualquer questionamento de que o Holocausto foi um evento histórico, enfatiza o dever dos Estados-membros de educar futuras gerações sobre os horrores do genocídio e condena todas as manifestações de intolerância ou violência baseadas em origem étnica ou crença religiosa.
Mas em Israel esse dia foi instituído em 1951, onde é tocada uma sirene no país inteiro e todos param por 2 minutos. Até motoristas saem de seus carros em respeito. É uma imagem impressionante, e emocionante, e eu vivi isso na época em que morei em Israel. Enfim, fica aqui o recado para essas pessoas "desavisadas" ou que não querem aceitar um fato.
Um bom conselho às vezes pode vir "di grátis". Leiam esse livro.
Nota: 10
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