O título original vocês já devem saber qual seria. Não ficaria fino escrever o título por inteiro desse meu texto que é mais um desabafo. As palavras até se aplicariam à situação em si, mas não serão essas palavras que irão mudar alguma coisa. Mas com certeza ação.
Escrever essas palavras hoje, está sendo muito difícil. Sinceramente sempre que acho que chegamos ao fundo do poço, alguma acontece. E essa porrada que recebo a cada novo fato, a cada nova tragédia, a cada nova injustiça, e acho que muitos sentem o mesmo, me diz, que estou totalmente enganado. Que ainda não vi nada. Que ainda não vimos nada.
E será que teria mais alguma coisa para ver??
A morte do pequeno João Roberto chocou a todos. E agora? Será que o pedido de desculpas do secretário de Segurança José Mariano Beltrame vale de alguma coisa? Será que foi preciso morrer mais uma pessoa para que eles vissem que a nossa polícia não está preparada para nos servir e proteger? Semana passada foi o jovem Daniel e a lista segue. Já virou até lista telefônica de tantos nomes que temos que lembrar. E que devemos, pois suas mortes não podem ser em vão.
O que dizer para esses pais? O que dizer para a sociedade que já vive em constante pavor com a violência da cidade e agora arrumou mais uma preocupação: a polícia.
Sinceramente, fico aqui diante da tela do computador, olhando para o teclado e sem saber o que mais poderia dizer. Nesse exercício, aparecem várias questões. Questões antigas, questões novas. Mas que só serão realmente respondidas não com palavras de autoridades da Polícia Militar, nem da Secretaria de Segurança, nem das autoridades estaduais, federais. Não. Serão respondidas na ação, no nosso dia-a-dia.
De que adianta o governador, o prefeito aparecerem se dizendo indignados se uma semana depois tudo se repete. Não foi assim com o Daniel? O governador Sergio Cabral disse que achava um absurdo isso e aquilo e uma semana depois, morre o menino João Roberto, vítima do mesmo despreparo, do mesmo algoz, da mesma irresponsabilidade.
É preciso também que se punam com rigor esses irresponsáveis despreparados para empunhar uma arma, para defenderem uma corporação como a Polícia Militar, para representarem o Estado, enfim, para serem policiais que a rigor estariam aqui para servir e proteção.
Estamos novamente prisioneiros, com nossos direitos constitucionais violados, tendo que contar somente com nossa sorte e cada vez mais órfãos daqueles cidadãos que são vitimados por uma irresponsabilidade do próprio Estado que nos deveria justamente defender de assaltantes, marginais, balas perdidas e agora de policiais que mais parecem exterminadores.
Deve-se hoje parar tudo. E recomeçar do zero. Chamem todos de volta à escola. Ofereçam treinamento e treinamento e mais treinamento. Não entreguem armas assim tão facilmente. Façam a reciclagem que tiver que se fazer. Mas façam já. Não é algo para se pensar que deve ser feito. É para simplesmente fazer. Façam JÁ!!! Hoje. Agora. E não se deve esquecer de ensinar o principal que é o valor a vida.
Não queremos mais ter que nos despedir achando hoje que pode ser o último dia. Queremos ter o direito de fazer planos, de sonhar, de ver nossa família reunida nos almoços de domingo, nos jantares de segunda, terça, quarta, quinta, sexta, e porque não sábado. Queremos ver nossos filhos crescerem, casar, terem seus filhos. Queremos netos. Queremos simplesmente viver.
Só isso, simplesmente viver.
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