sábado, fevereiro 13, 2010

A Camada de Ozônio, o Latino e a Beyoncé®


Decidi que nesse meu texto eu não vou falar (ainda) sobre a camada de ozônio e de como o homem pode ajudar a preservá-la mais um pouco. Tudo bem que isso é importante, mas como estamos em ano de eleições, vamos ao que interessa. Vamos encarar nossa verdade e tentar fazer alguma coisa para mudar o rumo dessa prosa. Não podemos simplesmente dizer que é chato que fiquemos somente falando sempre as mesmas coisas — se eles lá em Brasília continuam nos desafiando e fazendo o que bem querem e sempre as mesmas coisas – e deixar tudo como está. Infelizmente eu não tenho o poder de tocar e transformar nada, mas todos nós temos nossa voz que pode ser usada para o bem ou para o mal, para buscar algo melhor ou para dizer que é melhor falar sobre o novo romance do Latino, ou até fazer uma análise mais profunda sobre a gravação do clip feita por Alicia Keys e Beyoncé no Morro da Conceição.

Por favor, me poupem.

Antes de qualquer coisa, parabéns, Lula, você está sem fumar suas cigarrilhas há mais de uma semana. PT saudações.

Acho que você anda lendo — será isso possível? — minha coluna e levando a sério a questão de “não fumar em ambientes fechados” já que você vive viajando tanto, se bem que esses palanques em que você vive agora junto com a Dilma são sempre ao ar livre e, ao ar livre, fumar (infelizmente) POOODE.

E por falar em viagem, que viagem foi essa de querer ir inaugurar em Minas, junto com Dilma, é claro, 98 casas populares? É falta do que fazer? Antes que joguem pedras, que bom que existem 98 casas populares para serem dadas, mas presidente você não está ouvindo seu médico que pediu que diminuísse um pouco seu ritmo de viagens. Mandasse “O Estagiário”. E, não contente, correu para inaugurar dois prédios da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Teófilo Otoni, onde faltam professores, água, acesso e o resto da universidade que está em obras desde 2007.

E, por falar em datas, Lula mandou avisar que até dia 31 de dezembro a festa é dele. Que ele vai viajar sim, vai inaugurar obras sim, que a Dilma vai continuar indo junto sim e que a oposição é isso mesmo e que, se eles acham que ele (Lula) vai ficar sentado em Brasília, estão muito enganados. Que ele tem mais o que fazer e que só depois “desligará os neurônios”.

Sabe que não entendi essa última parte!

E falando em partes, está formado um paredão na política: o governo de FHC de um lado e o governo Lula do outro. Sinceramente, não sei aonde isso vai levar. É totalmente fora de propósito e de produtividade parar para fazer esse tipo de comparação. Ainda mais a essa altura do campeonato. Tudo bem que algumas coisas são inevitáveis de se comparar, assim como em um novo amor, mas sentar para colocar no papel tudo o que cada um fez, deixou de fazer, herdou do governo passado, não herdou é querer desviar a atenção de todos para o que está em jogo e que é algo bem maior que isso.

Todo o governo tem seus méritos, seus erros, seus acertos. Todo governo tem suas crises, uns mais, outros menos. Se o governo do FHC inflou alguns dados e incorporou ações de outros, o governo Lula também o fez. Ponto.

A questão principal é termos coragem para enfrentar os fatos que estão aí escancarados. Tem para todos os gostos, para inglês ver, americano, italiano, francês. Não importa. Querendo ver, você vai ver. Só não vê quem realmente não quer, e se você vir basta tentar digeri-los e encontrar dentro de você a melhor solução para que fatos iguais não ocorram mais e para que colunistas possam realmente de vez em quando falar sobre a camada de ozônio, sobre o próximo Big Brother Brasil ou ainda sobre o dilema que ainda está à difícil escolha de que caças vamos comprar.

E enquanto os caças não vem, o Lula não vai, a Dilma não vai, o Arruda não vai — ou esse já foi? — o Zé Dirceu não vem — dá para acreditar que ele tá vindo?…

Salvem as baleias. Não joguem lixo no chão. Não fumem em ambientes fechados.

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