Em virtude disso e por saber que existe numa moeda a cara e a coroa, que existe o outro lado da calçada e ainda que num disco de vinil (Já viu CD com dois lados?) exista o lado A e o lado B para que no caso de se não gostar de A ainda tem o B para salvar a festa, resolvi mostrar que sou um cara, não “o cara” – que é o adjetivo do Lula – propenso a novas experiências e a viver novas emoções que vim aqui para São Paulo tentar ver se tinha uma outra visão de tudo e todos e escrever meu texto na cidade que nunca dorme.
Queria viver isso. Precisava disso. Vai que daqui Lula, Dilma, Serra, Sarney, o Senado, a Câmara, ganhassem uma nova aura? Se desse certo, colocaria na lista ainda um monte de gente. Estaríamos salvos. O Brasil estaria salvo.
Mas acho que nada mudou. Se piorou? Acho que não. Pior não fica. Não tem como.
As dúvidas continuam. Dilma com certeza não. Serra? Não sei. Marina? O que é Marina? E os outros? Que outros? É, tem os outros. Mas os outros são os outros.
E a música “Os Outros” cantada pelo Kid Abelha ficou tocando no rádio.
E minha estadia em Sampa me trouxe mais dúvidas ainda e fiquei mais intrigado ainda com certas coisas. E minha visão, que esperava que pudesse mudar, continuou da mesma forma. Turva, pode-se dizer.
Turva ou não, queria que alguém me dissesse por que multam Serra em R$ 10 mil e Lula e Dilma em R$ 5 mil. Desconto presidencial? Também quero o meu. Você quer o seu?
E queria saber também por que em tempo de se cuidar do planeta, poupar água, o governo abriu a torneira e aumentou a transferência de recursos da União para os municípios em 238%? Calma aí. Pera aí. Não estou reclamando, estou querendo apenas saber se nós, o povo, tão sofrido, trabalhador, só podemos ter coisas boas do governo em tempos de Copas do Mundo e Jogos Olímpicos e em época de eleição.
Meu (lembre-se, estou em Sampa), vamos acordar. Não podemos aceitar esmola de quatro em quatro anos. Nem que não fossem esmolas. Melhorias. Merecemos: mais respeito, mais ajuda, mais atenção e o ano todo e durante todos os anos de nossas vidas. E não só quando convém àqueles caras lá de Brasília.
Não nos deixei enganar.
Só acho errado o povo aceitar isso assim numa boa. É uma boa, mas por que não temos também a mesma união de tempos de Copa do Mundo, onde todos carregam estampadas em seus peitos camisas com a bandeira do Brasil, as cores verde e amarelo ganham força e colorem ruas, prédios, muros e até o asfalto? Os carros passam com suas bandeirinhas tremeluzindo ao vento, mostrando amor ao país. Mas será que é ao país ou é somente ao futebol, onde somos (quase) absolutos?
Minha birra, pode-se dizer, é justamente com isso. Queria que fôssemos esses 190 milhões lutando por um governo melhor, com mais igualdade, políticos sérios e com menos corrupção.
Mas isso ainda está longe de alcançarmos, até porque o que encanta e move montanhas ainda não são questões como essas. Infelizmente.
Que venha então Maomé! E se ele não vier, eu pelo menos prometo que tento levar com o meu Grita Brasil a montanha até ele.
Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambientes fechados.