Existem eleitores e eleitores. Pesquisas feitas em laboratório mostram que 85,171% dos eleitores sofrem de sérios lapsos de memória na hora de apertar o botão verde para confirmar seu voto naquele candidato que no verão passado colocou uma quantidade de notas de reais em sua cueca ou que foi viajar com a família, o papagaio e a sogra na Europa, com passagens e verbas de gabinete. Fora aquele que acha que temos que pagar a conta do celular de sua filha que foi viajar pra Disney e ficou com saudades. Outros 14,171% sofrem de bondade aguda, que é uma doença crônica onde este eleitor troca seu voto às vezes por uma Bolsa Família, até porque sacola de plástico “não poooooode” (salvemos o planeta). Existe também um grupo que representa 10,171%, que são aqueles eleitores que sofrem de vontade mórbida em conseguir aquele cargo maneiro em troca de apoio. E claro que existem também aqueles eleitores, os curiosos, que são uma parcela mínima, diga-se de passagem, que ficam indignados com tudo isso e com esses outros eleitores. Até porque, se fôssemos a maioria, Brasília não estaria banhada por um mar de lama.
E antes que algum desses outros eleitores venha dizer e apontar que não é possível que esses resultados sejam verdade, pois a conta não bate, e passa longe dos 100%, eu digo logo: “E por acaso alguma conta em Brasília bate?” Por que então a conta dessa pesquisa tem que bater? Segue teu rumo.
E seguindo o rumo da curiosidade, fiquei curioso com o fato de o presidente Lula dizer que tudo referente aos gastos da preparação do Brasil para receber a Copa de 2014 poderá ser acompanhado por todos. Haverá transparência. Mas será que quando ele falou em transparência ele quis dizer que os dados estarão lá bonitinhos para quem quiser ver e conferir ou será que por ser de tanta transparência nada poderá ser visto? Que transparência seria essa? A que acompanhou o governo esses oito anos? A conferir.
Outra curiosidade minha diz respeito às obras para a realização da Copa 2014. Está tudo atrasado como manda o figurino e os manuais da boa administração. Pois assim quando estiverem no limite de todos os prazos irão alegar que não dá mais tempo de licitação e que então as obras serão entregues a uma empresa de total confiança cujo dono provavelmente será um empreiteiro amigo. Amigo da onça. Mas, se a Copa não é mais na África, pra que onça?
E falando em onça, só pode ser por ter amigos da onça, ou melhor, do Lula, que Brasília abrigará o estádio mais caro da Copa. Pra que economizar? Ainda mais em se tratando do estado em que Arruda atuava. E só uma curiosidade: o estádio não mais se chamará Mané Garrincha, que por motivos de economia no orçamento se chamará somente Mané.
E como eu não sou Mané, vou ficar de olho, mas Sérgio Graça, que deve ser uma graça e é o coordenador do trabalho da Copa em Brasília, disse que está tudo dentro do prazo e que desconfia dos outros orçamentos, não do dele. O orçamento de Brasília é perfeito e todo dentro dos conformes. Deles.
Deles eu quero distância, mas a Fifa, que anda preocupada com os atrasos nas obras, veio dar uma cobrada, mas Lula se sentiu ofendido. E claro, como sempre faz, atacou. Deixou o lado mal aflorar e disse poucas e boas ao secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke. Mandou na lata que não somos “um bando de idiotas”, e que no seu governo (de Lula) só tem gente boa, competente e séria. Só mais uma (das outras inúmeras) curiosidade: Lula bebeu o quê?
Se bebeu era bom avisar que deveria fazer isso só depois do expediente. Vai que ele passa por uma blitz da Lei Seca entre uma viagem e outra que gosta de fazer, ou entre um comício e outro. Vai ser multado também por isso. Será que já não bastam as multas que tomou por fazer campanha antes da hora? E me desculpem que surgiu outra curiosidade: será que ninguém que o assessora avisou que presidente não tem expediente? Ou será que ele ainda acredita que depois de certa hora, quando todas as lulas são pardas, ele é Lula, (só) o cidadão?
Será que ele realmente acredita nisso?
Eu acredito e sei que curiosidade pode até matar em alguns casos, mas no nosso caso a curiosidade deve servir de maneira que possamos pensar, repensar, debater, ver e rever conceitos e que tudo isso nos ajude de alguma forma a tomar a decisão certa. Qual vai ser essa decisão? Não sei. Sei da minha. Ela pode até ser a errada. Ou não. Não sou dono da verdade, ninguém é. Só quero fomentar nossas cabecinhas pensantes (algumas nem tanto) a ver com outros olhos que eleição é coisa séria. Sempre foi. Mas muitos só vão se tocar disso depois da lama derramada. E aí…
Enfim, as curiosidades não param por aí nem por aqui. Mas vamos ficar por enquanto somente com essas que já são suficientes para alimentar a todos.
Em tempo, Dilma, só (mais uma) outra curiosidade: será que você agora já sabe o que é uma rubrica, uma assinatura e o que elas têm em comum e o que quer dizer cada uma? E que é feio acusar o partido que lhe acolheu?
Salvem as baleias. Não jogue lixo no chão. Não fume em ambientes fechados.
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